O mundo antigo muito mais que o moderno enfatizava a presença dos fenômenos religiosos em todas as suas atividades. Havia crenças e supertiçoes para todo tipo de pratica humana. Ainda o homem rural dos dias modernos guardam estas crendices. Há alguns anos atrás conversando com um caipira este dizia que para plantar abacaxi deve-se fazer o buraco com uma estocada só, se eu desse duas demoraria dois anos para ele produzir, se eu desse três estocada no solo, o abaxaci só iria produzir com três anos.
“Podemos dizer, de um modo geral, que o mundo arcaico ignora as atividades “profanas”: qualquer ação com significado determinado – caça, pesca, agricultura, jogos, conflitos, sexualidade, etc., - participa, de certo modo, no sagrado” (ELIADE, 1969, p. 42).
Se observarmos o comportamento geral do homem
arcaico, verificaremos que apenas os actos humanos
propriamente ditos, os objectos do mundo exterior,
possuem valor intrínseco autônomo. Um objecto ou
uma acção adquirem um valor e, deste modo, tornam-
se reais, porque de qualquer forma participam
de uma realidade que os transcende. Entre muitas
outras pedras, uma torna-se sagrada – e, por conseqüência,
fica imediatamente impregnada de ser -,
porque constitui uma hierofania, ou porque possui um
maná, ou porque a sua forma reflecte um certo simbolismo,
ou ainda porque comemora um acto mítico
etc (ELIADE, 1969, p. 18).